Artigo na Gazeta do Oeste, RN: "O mar não está para peixe"!

Artigo de Ney Lopes publicado neste domingo, 23, no jornal "Gazeta do Oeste", Mossoró, RN.
Na economia global, o "mar não está para peixe".
O Japão, a terceira maior economia do mundo entrou tecnicamente em recessão, com a divulgação de que o PIB japonês caiu 0,4% no terceiro trimestre de 2014 (o que equivale a uma taxa anual de queda de 1,6%), uma baixa que se soma ao declínio de 1,9% registrado entre abril e junho (ou 7,3% ao ano).
O clima econômico na América Latina caiu 4,8% em outubro, com oscilação de 84 para 80 pontos no indicador Ifo-FGV de Clima Econômico, apesar da pequena alta de 55 para 57 pontos registrada no Brasil.
O índice é divulgado trimestralmente pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o instituto alemão Ifo. Além do Brasil, algumas das maiores economias do mundo, Japão, França, China, Rússia e África do Sul registram Ifo desfavorável. Entre eles, a Rússia é a que mais se aproxima do Brasil.
Estados Unidos, União Europeia, Alemanha e Reino Unido estão na zona favorável, mas em queda, enquanto Índia registra 145, o maior da pesquisa.
A previsão dos especialistas para o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina para os próximos três a cinco anos caiu em relação a outubro de 2013, de 3,2% para 2,9%.
Por outro lado, a projeção para o PIB mundial subiu, de 2,6% para 2,7%.
Na União Europeia houve um aumento considerado marginal, de 1,6% para 1,7%, enquanto, na China, a projeção passou de 6,8% para 6,4%. Nos Estados Unidos, o crescimento previsto aumentou de 2,2% para 2,6%.
Um fato curioso é que na hora de crise econômica, os países desenvolvidos baixam juros. O Japão fez isso na última semana. Os Estados Unidos assim agiram várias vezes.
O Brasil, entretanto, se mantém como o país com maior taxa real de juros (descontada a inflação do mundo) em um grupo de 40 países.
A Selic foi elevada pós-eleiçãopara 11.25% ao ano e considerando a inflação projetada para os próximos 12 meses, o juro real do Brasil está em 4,46%.
Ao considerar as taxas nominais, o Brasil ocupa a terceira colocação.
Em boa parte dos países analisados, está ocorrendo uma elevação da inflação, o que faz com que os juros sejam menores, mesmo com a manutenção das taxas. Aqui, ao contrário, está ocorrendo um aumento dos juros.
A China aparece na segunda colocação, com uma taxa de juros real de 3,52%.
A Índia tem uma taxa de 2,27%, terceira colocação, seguido por Rússia, com 1,98%.
A exceção é a África do Sul, que está com um juro real negativo de 0,33% (15ª colocação).
Quando se considera apenas a taxa nominal, o Brasil está na terceira colocação, atrás da Argentina, 18,78%, e a Venezuela, 17,94%.
A conjuntura da economia brasileira é preocupante.
Ninguém duvide.
Um fenômeno que se observa é que as famílias brasileiras estão super endividadas, em função das facilidades de empréstimos consignados, iniciados no governo Lula.
A inflação pode ser combatida com juros, porém há o risco de aumento da inadimplência.
No mundo globalizado, não há como deixar de ter o "olho aberto".
Inegavelmente o Brasil está dentro do “caldeirão fervente” da crise econômica mundial.
A nossa economia é artificial.
Depende do dinheiro externo, que financia a dívida interna, em troca de remunerações diárias altíssimas.
Se faltarem euros e dólares para investimentos especulativos, o Brasil balançará e muito.
Só resta ao país rezar, fazer o dever de casa e cortar despesas públicas.

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