COMO VIVER O ANO DA MISERICÓRDIA

No dia O8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, terá início Ano Santo da Misericórdia, com a abertura da Porta Santa na Basílica de S. Pedro, pelo papa Francisco. A Porta Santa é um dos sinais fortes de um Ano Santo porque recorda para todos a palavra de Jesus em Jo 10,9: "Eu sou a porta". Esta é uma verdade espiritual fundamental para a nossa vida cristão: Jesus é a porta através da qual todos tem que passar para encontrar a Deus. Quem passa pela Porta Santo inicia um caminho de renovação espiritual, como é apresentado pelo Sl 117,20: "Esta é a porta do Senhor: só os justos por ela podem passar.”. Portanto, não se trata simplesmente de passar uma porta para entrar na igreja. A Porta Santa é o lugar de uma conversão fundamental a Deus, significa, com o auxílio do Espírito Santo, buscar de todo o coração crescer na vida nova em Cristo. Passando pela Porta Santa, nos é data a oportunidade preciosa de fazer a experiência de sermos acolhidos por Deus, com as nossas alegrias e dores, para que uma vez restaurados nos tornemos portadores da misericórdia no mundo.
Este é um Ano Santo com um propósito muito claro e prático: receber e dar a misericórdia. Significa viver a beleza da nossa fé, que tem como centro o amor misericordioso do Pai, que se fez visível no rosto de Jesus Cristo, e é sustentado pelo Espírito Santo, que guia os nossos passos pelos caminhos da vida.
A primeira dimensão diz respeito a vida pessoal: trazer a cura para as nossas feridas interiores, lá onde necessitamos do remédio da misericórdia de Deus. Todos somos pecadores, e necessitamos do perdão de Deus. O pecado não assusta Jesus, mas a nossa determinação em continuar pecando. E o pecado se manifesta das mais diferentes formas em nossa vida. Em nossos pensamentos dominados pela malícia, acepção de pessoas, julgamento, mentira. As palavras movidas pelo ciúme e inveja, capazes de destruir vidas. A desonestidade e corrupção, colocando o dinheiro acima do bem das pessoas. A infidelidade matrimonial, acabando com a união da família. A dificuldade para perdoar e restaurar relacionamentos. Neste espírito, segundo as palavras do Papa Francisco: "a peregrinação (a uma igreja com a porta santa) há de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros, como o Pai é conosco". (cf. MV 14).
A segunda dimensão acontece no encontro com os nossos semelhantes. Em um mundo tão marcado pela violência e incapacidade de perdoar, nós como cristãos, para sermos fiéis a Jesus Cristo, temos que ser sinais visíveis da ternura de Deus. Este é o lema deste Ano Santo: "Misericordiosos como o Pai" (cf. Lc 6,36). Não se trata de algo fácil, pois é necessário deixar-se transformar pela graça de Deus, para aprender a perdoar, acolher, dialogar, ser justo e até suportar o mal, sem retribuir com o mal. Se não formos capazes de caminhar nesta direção, não seremos dignos de merecer o nome de discípulos do Senhor. E também serão sem efeito todas as práticas do Ano Santo.
Deus nos dê a graça de viver este Ano da Misericórdia com verdadeiro espírito de conversão. Não tenhamos medo de nos aproximar de Deus, pois Ele nos espera com os braços abertos da Sua infinita ternura. Uma vez renovados pela misericórdia, sejamos apóstolos da misericórdia.
Condições para receber a indulgência do Ano Santo
1) Peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano.
2) Este momento deste estar unido ao sacramento da reconciliação, comunhão sacramental, profissão de fé, oração pelo Papa e nas suas intenções.
3) Praticar as obras de misericórdia corporais (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos), como também as obras de misericórdia espiritual (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.)

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