A eventual escolha do
senador José Serra (PSDB-MG) para o Itamaraty, caso Michel Temer de fato
assuma a presidência da República, representará uma guinada na política
exterior brasileira, atingindo sobretudo o Mercosul.
Isso porque Serra já se
manifestou por diversas ocasiões contra o modelo atual do bloco
aduaneiro que reúne Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. "No
mundo, nos últimos dez ou 12 anos, houve 500 acordos bilaterais. Mas o
Brasil fez três: com Israel, Egito e Palestina, e esses dois nem foram
ainda postos em prática", disse ele, durante a campanha presidencial do
ano passado.
Ele também critica o
modelo atual do bloco. "O que se passa é que quiseram fazer uma união
aduaneira e tampouco fizeram bem uma zona de livre comércio", afirmou
Serra, que também se posicionou de forma contrária ao ingresso da
Venezuela no Mercosul.
Serra defende que o
Brasil busque acordos de livre comércio com mercados mais desenvolvidos,
como Estados Unidos e União Europeia – o que significa uma reversão da
política Sul-Sul implantada pelo ex-presidente Lula e pelo chanceler
Celso Amorim. Um dos feitos dos quais Lula mais se orgulha foi ter dado
fim às discussões sobre a criação da Área de Livre Comércio das Américas
(Alca), que, segundo ele, era um projeto de "anexação".
Com Temer e Serra, o foco maior da política externa, ao que tudo indica, será a aproximação com os Estados Unidos.
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