A presidente eleita Dilma Rousseff concedeu uma entrevista exclusiva a
Antonia Pellegrino, do Mídia Ninja, em que definiu como sua "maior
prioridade neste momento" a defesa da democracia contra o golpe que está
em curso e defendeu que a agenda da esquerda e das forças democráticas
brasileiras vá na mesma linha.
"A maior prioridade neste momento é defender a democracia contra o
golpe que está em curso. Ao agir para impedir a interrupção ilegal do
mandato que me foi conferido pela população, estou defendendo, como é
minha obrigação, a Constituição e o direito dos cidadãos e das cidadãs
de escolherem, por voto livre e secreto, seu governante, e lutando para
que o programa de governo vencedor nas últimas eleições seja
efetivamente implementado", declarou.
Para ela, "a agenda da esquerda e das forças democráticas
brasileiras, devido ao golpe, tem de ser uma defesa integral da
democracia".
Dilma disse ver um comportamento misógino em meio ao processo de
impeachment e faz críticas à imprensa. "Embora seja difícil mensurar o
quanto, é inegável que proliferaram argumentos e comportamentos
misóginos ao longo de todo esse processo de impeachment. Um olhar
crítico sobre a imprensa brasileira vai encontrar matérias afirmando meu
desequilíbrio, minha dificuldade em lidar com situações difíceis, e
tratando de forma pouco crítica adesivos e panfletos machistas e
inaceitáveis em um País civilizado contra qualquer mulher".
"Estar sob a liderança de uma mulher, receber comando de uma mulher,
ser dirigido por uma mulher ainda é uma novidade que incomoda e perturba
a ordem supostamente natural da sociedade em nossos países. No caso do
Brasil, o estranhamento é ainda maior, pois eu fui a primeira a ocupar
este cargo", observou a presidente. "Nossas sociedades somente serão
mais justas se incorporarem a igualdade de gênero como um valor
inquestionável", ressaltou.
Leia aqui a íntegra.
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