247 - A Procuradoria-Geral da República deve pedir a
abertura de um novo inquérito contra Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) com o
presidente Michel Temer.
A suspeita é de tráfico de influência para beneficiar a
Rodrimar, empresa que opera no porto de Santos e foi alvo de buscas da
Polícia Federal na semana passada.
As informações são de reportagem de Bernardo Mello Franco e Camila Mattoso na Folha de S.Paulo.
"Os procuradores acreditam que já reuniram indícios para
investigar Loures. Eles examinam papéis apreendidos na sede da empresa
para decidir se é o caso de incluir Temer no inquérito.
Temer foi gravado quando dava informações ao aliado sobre um
decreto que ele assinaria seis dias depois. A medida beneficiaria
concessionárias de portos, que tiveram suas concessões renovadas por 35
anos, sem licitação.
Após a conversa, Loures repassou as informações a um
interessado no decreto: Ricardo Conrado Mesquita, diretor da Rodrimar. O
executivo festejou a notícia e disse que o deputado afastado seria "o
pai da criança".
A conversa interceptada pela PF ocorreu em 4 de maio, quando
Loures ligou para o Planalto e foi atendido por Temer. O telefone do
deputado afastado estava grampeado com autorização judicial.
Temer avisou a Loures que o decreto dos portos seria
assinado na quarta-feira seguinte. Também contou que as concessões de 35
anos teriam o prazo dobrado, chegando a 70 anos de duração.
'Aquela coisa dos 70 anos lá para todo mundo parece que está acertando aquilo lá', disse Temer".
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