247 - Em sua coluna nesta segunda, o jornalista José Roberto de Toledo denuncia o estelionato eleitoral praticado por Michel Temer.
"Temer é um incompreendido. Aumentou imposto e disse que a
população compreenderia. Não compreendeu. Talvez porque no programa que
lançou sua candidatura presidencial para o establishment – a “Ponte para
o futuro” -, o então vice empregou 11 vezes a palavra “impostos”, no
plural e no singular, e em nenhuma delas com o intuito de aumentá-los.
Ao contrário, prometeu fazer de tudo para reduzi-los. Percebe-se agora
que, além de superfaturada, a tal ponte era um estelionato eleitoral.
Estelionato porque levou ao lado oposto do que prometera aos
patrocinadores. E eleitoral porque foram os compromissos assumidos
naquele documento – espécie de “carta ao empresariado brasileiro” – que
ajudaram a garantir, direta ou indiretamente, os votos parlamentares
necessários para o vice destronar sua companheira de chapa. Nisso que dá
confiar na Turma do Pudim.
'Mas o governo aprovou a reforma trabalhista'. O Congresso
aprovou a reforma trabalhista. O governo desfará parte da reforma ao
ressuscitar o imposto sindical. Em um governo fraco, como o de Temer, os
grupos de pressão mais fortes mandam e desmandam no Congresso. Foram
diferentes lobbies que aprovaram as reformas que quiseram bem como
privilégios que estão explodindo o déficit público e, por tabela,
aumentando impostos.
Tudo isso tem um sobrepreço, ainda mais caro do que a
apropriação de uma fatia progressivamente maior do orçamento federal por
segmentos regressivamente menores da população. O custo intangível é o
descrédito das instituições e dos governantes. A última linha desse
balanço será cobrada da democracia. Por enquanto, porém, quem paga é
quem manda.
Há novas pesquisas de avaliação do governo federal no forno.
Nem é preciso ver os relatórios para prever os resultados. Temer vai
bater todos os recordes de impopularidade de seus antecessores. Talvez
seja por isso que Sarney insiste em lhe dar tantos conselhos – para se
livrar da pecha de presidente mais impopular da história da opinião
pública brasileira. Vai conseguir."
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