O recado dos militares parece dirigido ao Supremo Tribunal Federal e
ao Congresso Nacional, que têm responsabilidades prementes de fazer
valer a Constituição, as leis, e destituir a organização criminosa e seu
chefe, Michel Temer, que se aproveita para governar atendendo
interesses de conglomerados internacionais e entregar, na cara dura,
imenso patrimônio e riquezas nacionais, de forma nunca visto antes. Isso
se ainda existe nacionalismo nas forças armadas.
É o que sinalizam. Não se sabe até que ponto é uma jogada política.
O outro destinatário pode ser o eleitorado do ex-Presidente Lula. Há
demonstração clara, nas últimas pesquisas, de que Lula venceria as
eleições.
Desde a proclamação da República os militares, por serem servidores
públicos armados, demonstram dificuldade de se subordinarem aos poderes
soberanos legítimos, eleitos pelo voto direto do povo: a Presidência da
República e o Congresso Nacional.
Aliás, a República é filha de um golpe militar, dado para proteger o
patrimônio e os interesses da Coroa Portuguesa, dos proprietários de
terras e dos empresários que aqui se estabeleceram.
O dia que se posicionarem do lado dos de baixo, defenderem a
democracia, um projeto que ponha fim à desigualdade e promova a inclusão
social irrestrita e a cidadania, estará com a imensa maioria da
população.
A essas alturas do Século XXI, os militares brasileiros precisam se
livrar, de uma vez por todas, desse papel histórico de guarda do
patrimônio e dos interesses dos de cima, dos empresários, banqueiros,
nacionais e internacionais, e de grandes proprietários de terras.
Chega de lustrar sapatos dessa gente que até agora tem demonstrado
desprezo pelos de baixo e pela costrução da nação democrâtica. Acima de
tudo seus interesses particulares.
Quem mandou botar a tutela dos militares na Constituição foi o
General Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército, do governo
Sarney, na época.
Os constituintes progressistas reagiram com discursos inflamados contra a imposição dos militares.
Naquela época, as ameaças dos militares eram frequentes.
As conquistas democráticas eram frágeis, incipientes. Ninguém queria ver novamente aquele filme de terror.
Os lutadores pela democracia estavam estropiados, vindos dos
cárceres, das ruas, para consolidar o Estado democrático de direito.
Assisti, no plenário da Câmara, numa das sessões da Constituinte, ao debate da famosa emenda da tutela dos militares.
Muita gente está se dando conta da fragilidade da nossa democracia
agora, depois que alguns militares começaram a apontar para o artigo 142
da Constituição.
O "Centrão" conservador votou em peso e aprovou a emenda.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército
e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem.
Não consigo admitir que o Brasil está fadado a não ser uma nação
democrática, desenvolvida. Não imaginei que em pleno 2017, século XXI,
seriamos ameaçados por uma ditadura militar, depois de um golpe de
Estado, civil.
A Constituição de 1988 apontava para um grande avanço do país com
superação da desigualdade, da pobreza, acesso pleno ao serviços públicos
de qualidade, elevação da renda, da qualidade de vida, enfim, plena
cidadania. Mas o que estou vendo é um enorme retrocesso porque todas as
tentativas de de se fazer a revolução educacional foram solapadas.
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